sobre o que é agradável

quarta-feira, 25 de novembro de 2009 às 10:53
uma quarta-feira de sossego. difícil de acontecer, sequer imaginar! olhei no relógio: 8 da manhã... eu estava acordada às 8 da manhã! assim sem motivo pra acordar. assim só por vontade. só pra não dizer que estava totalmente fora da minha rotina, fiz um café. enchi a xícara até o topo e pensei que ainda iria morrer disso: de tanto café. mas deixei pra lá... vinha uma brisa da varanda que lembrava vida, esse negócio de morte é filosofia demais para um dia tão sereno. vi a rede vazia sendo balançada pelo vento, como que me convidando. achei até que aquele momento dava uma poesia. como não sei fazer poesia, faço uma prosa. uma prosa muito informal e pouco poética. mas vai, é uma prosa... sem pretensões, por favor, hoje o dia permite. deitei na rede, acompanhada de um enxerido manhoso chamado cachorro. instalou-se entre minhas pernas, olhou pra mim como quem diz 'qual é? não vai empurrar não?'. mas é folgado, viu? e comecei a empurrar levemente a rede com um pedaço do pé. o ventinho vinha tranquilo e balançava o tecido leve do meu vestido. e eu olhei aquilo: xícara, cheiro de café, brisa, pelo fofo, balanço, vestido amarelo e... e... me surpreendi feliz. genuinamente feliz. sei que não é nenhuma fórmula da felicidade, mas eu estava, estava sim muito feliz. essas felicidades que você não se dá conta, que vem e vai muito rápido e só depois que passou, você percebe que era realmente felicidade. em toda sua fugacidade. e me deu um medo súbito de que aquela sensação gostosa autodenominada felicidade fosse embora. porque vai. sempre vai. e volta sabe se lá quando. foi aí que eu lembrei de você. não só das nossas tardes segredosas que fazíamos da rede um abrigo, mas simplesmente de você. de como a sua presença é sempre um indício de felicidade, de prazer, de júbilo. e não tive mais medo. pode ir embora, felicidade! pode ir se quiser. sei exatamente quando você vai voltar. e com quem vai voltar. e principalmente: que vai voltar. sabe, acho que felicidade é isso mesmo... a certeza louca daquilo que é incerto.



"(...) eu não tive tempo de dizer que quando a gente precisa que alguém fique a gente constrói qualquer coisa, até um castelo. até com a minha carne eu construía um cavalo branco para aquele príncipe." [ Caio Fernando Abreu ]

1 Responses to sobre o que é agradável

  1. Felipe Brito Says:

    Pedacinho de felicidade... Torço sempre para que ele venha e fique.

    =)

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