sobre atravessar

quarta-feira, 11 de novembro de 2009 às 19:39
é bonita essa sua maneira de ver a vida. de ver nosso futuro. mesmo sendo eu a que usa óculos, você sempre foi o que enxergou mais longe. eu não sei mais ser sonhadora depois que o pesadelo aconteceu. e você sempre dizendo "pesadelos existem, não nego, mas os sonhos tão aí também. veja os sonhos!". não vi. não vejo. mas vejo as cores. o roxo, o amarelo... vejo as suas marcas de catapora no rosto. tão lindas. sei de cor cada marquinha até mesmo quando estamos longe. lembro quando você dormia no meu colo e eu ficava olhando, olhando, olhando... e em cada encontro, eu olhava fundo e era bom saber que elas ainda estavam lá, suas marquinhas de catapora. era como se nada tivesse saído do lugar, tudo estava em perfeita ordem. é, suas marquinhas no rosto eram o equilíbrio do mundo pra mim. estranho, né? estranho, meu amor, é a gente se unir se desunindo. é saber que do outro lado você está pensando em mim, com tanta intensidade e clareza, sem eu poder ver, sem poder sentir. é, eu sei. sei da sua dedicação. me é cara e quista. mas não vejo. não sonho mais, como canta o chico. são meus os teus sonhos. compartilho todos. mas é tanta estrada torta que eu me vejo seguindo, que sonhar é ilusão demais pra quem já não é mais criança. mas como é bonita essa sua maneira de ver a vida! eu sei que é.



“- Estranho é o mundo, pai, que só se une se desunindo; erguida sobre acidentes, não há ordem que se sustente; não há mais espúrio que o mérito, e não fui eu que semeei esta semente.” [ Raduan Nassar ]

0 comentários

Postar um comentário

Devir | Powered by Blogger | Entries (RSS) | Comments (RSS) | Designed by MB Web Design | XML Coded By Cahayabiru.com Distribuído por Templates