Quantas voltas?

segunda-feira, 24 de agosto de 2009 às 19:12
se um dia eu fosse capaz de te perdoar, eu te perdoaria. e te mandaria aquela carta que escrevi e selei, mas que nunca cheguei a enviar, mesmo passando todos os dias em frente à caixa de correio. e te presentearia com aquela surpresa que fez, indubitavelmente, lembrar-me de você. e te compraria muitas outras porque vale sempre a pena te ver sorrir. e você sempre sorria quando eu chegava e tirava da mochila resquícios da minha terra do mar. eu te contaria uma piada que teria aprendido uns dias antes numa mesa de bar só pra... novamente te ver sorrir. e te abraçaria forte e comentaria o tamanho da sua barriga pra... por que não? te ver sorrir mais uma vez. e se não bastasse todos os sorrisos, eu diria eu te amo, que na verdade sempre te amei, e que o que passou foi só insegurança e medo, havia, ah sim, havia sim, era muito amor e era só teu, só pra dessa vez te fazer... chorar. e mesmo que você não chorasse, eu te abraçaria mais uma vez só pra você sentir toda minha dor e toda minha carência naquele abraço que só você entenderia. mas nunca entendeu. e eu te chamaria para tomarmos aquele sorvete delicioso, e rápido, chamaria você correndo, antes que o sol se posse e o calor da sua cidade que recebe mais raios solares fosse embora e o sorvete ficasse sem essência. eu te mostraria no rádio portátil, mp3, mp4, celular, seja lá o que tivesse no momento, aquela música que eu sabia que você iria adorar. e você sempre adorava. e não contente, pediria com toda manha que me cabe, que tocasse ela pra mim. não o dia todo. que tocasse de noitinha. que tocasse de surpresa. que tocasse só pra mim. depois do pedido, te pediria mais, um pouquinho mais e você me prometeria dar. nunca dava. te perdoaria, se pudesse. mas não posso.



"E eu na minha descrença, te devolvo a existência." [ Raduan Nassar ]

O teu amor é uma mentira que a minha vaidade quer

sábado, 1 de agosto de 2009 às 17:55
"Nos perdemos na nossa hipocrisia. Não, não estou filosofando, nem querendo tornar o nosso fim mais romântico. Não há nada de bonito no que estou dizendo, e a sinceridade que nunca tive que seja agora meu presente. Sim, nossa hipocrisia invisível nos fez lobos, leões, raposas, ou qualquer coisa assim selvagem, nos fez ferozes nas nossas próprias escolhas, nos nossos próprios julgamentos. Não me julgue! Você não é o dono da verdade! Quê? Eu também não sou! Aliás, tudo que consegui ser com você é o não-ser, não ser nada que já fui. Não, já disse! Não estou filosofando. O fim está próximo e tudo que quero é mostrar que entender é inútil. Mas eu preciso entender, tá escutando? Não faça essa cara de quem não acredita. Acabou sim! E está tão evidente que o fingir não perceber não funciona mais. Nunca funcionou? É, tem razão, se tivesse funcionado não estaríamos terminando agora. Ei, não diga essas coisas! Por mais que o momento seja de revolta, não merecemos essas palavas ácidas. Quê? Ah, não diga isso. Não sou falsa e nem... Por que você me chamou disso? Nunca fomos de nos ofender! Eu não escondi nada de você, mas tem coisas que são profundas e é difícil passar da superfície. Sabe um lago que tem a superfície congelada, mas é só uma camada e embaixo tem um mar azul e cheio de peixes? É isso! Eu não consegui passar pela minha camada de gelo para entender todas essas coisas que estou te dizendo agora. Não, o subjetivismo é importante, não me culpe por ele! Me deixe tentar explicar que... Não grite comigo, por favor. Estou tão frágil, parece que Vênus está me regendo essa semana. Não me faça chorar. Eu só quero que seja tudo muito bem explicado. Só quero que você compreenda que o amor, assim como os sonhos, não possui lógica. E não adianta você me culpar por ter ultrapassado os limites que criamos. Limites só existem pra serem ultrapassados! E por mais que doa, e dói!, não há como escolher não fazer escolhas. E a minha escolha agora é... Ei, não me vire as costas! Eu queria te desejar... Não, espera. Tem tanta coisa bonita que eu quero que você descubra... Você não volta? Não me queira tão mal assim, por favor... Ei, não esqueça de... É... Adeus."



"Tudo o que sabemos do amor, é que o amor é tudo o que existe." [ Emily Dickinson ]

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