tudo que venha da lua

segunda-feira, 14 de junho de 2010 às 23:29
Como vai, amigo? Por onde andas? Fugiste desta terra de calor infindo e armaste barraca nessa terra fria de cachecóis coloridos? Não sentes falta das pessoas acaloradas do Rio de Janeiro? Ou Curitiba te traz a calma paterna que sempre procuraste?

Como tantas outras cartas que mandei e não foram respondidas - também nunca voltaram - esta é pra dizer aquilo que tu já sabes, embora desconfio que tenhas esquecido: sinto tua falta, meu amigo.

E mesmo que os problemas sejam muitos, a cerveja sempre abusiva, os livros acumulados, os amores desperdiçados, mesmo que amigos apareçam sempre - e aparecem! - ainda assim, veja só!, tua ausência se faz presente. E mais: se faz lancinante.

E como tu cantavas naquele teatro dos tempos juvenis: "como um porto, um jeito torto, beijo de garoto, um nó... como um laço de paixão... como ser um só." Viste? Não esqueci! Ainda ouço sua voz mansa, meio Camelo meio Chico, cantando aquela música feita só pra mim.

Não sei que vida tu cantas agora, só sei que do lado de cá, ando remando em mar revolto. Nunca fui muito de reclamar, mas a felicidade se amarelou como aquela foto que a gente nem tem mais, perdeu-se nas gavetas.

Quero mais dessa tua doçura efêmera. Sabia sempre, que em algum minuto imprevisto, tu ias explodir. Soltar coisas ácidas e cruas. Para, logo em seguida, voltar à doçura costumeira. É essa tua dubiedade que me fascina. Que queima num apelo desesperado para que voltes e faças vista.

Não sei que buraco o coelho te levou, mas também sei que tu nunca foste muito de seguir. Caminhos teus sempre foram muito ocultos. Mas teus medos, palavras poucas, esses sei quais são. Sem sequer precisar dizer. O que deixamos de dizer?

Amigo, a fogueira daqui queima que não suporto. Venhas logo! Tragas o frio e um pouco de mel para esse caminhar um tanto obscuro. Quero e esperneio, tu bem o sabes.

Só não pares nunca. Capricorniano, tu, és um ser em movimento.


Exitem quase 7 bilhões de pessoas no mundo, a gente se apaixona por uma delas e não quer mais trocar." [ Jostein Gaarder ]

1 Responses to tudo que venha da lua

  1. lindo!

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