testemunhas #2

quarta-feira, 21 de julho de 2010 às 00:25
- Vem cá, sabe do que eu gosto em você?
- Ahm?
- Desse seu jeito de ficar se olhando no preto dos meus olhos. Quando você acorda cedo e me olha, aí lembra que está despenteado e fica se arrumando pelo espelho que são minhas pupilas.
- É disso que você gosta? Do meu egocentrismo matinal?
- Ai, você tira todo o charme da coisa... Gosto disso, ué. Parece que tenho brilho nos olhos. Do contrário, você não iria se ver.
- Você tem brilho nos olhos...
- Tenho?
- Na verdade, todo mundo tem!
- Ai, tá vendo? Você sempre perde o momento de ser romântico.
- Não vejo nada de romântico em brilho dos olhos. Aliás, acho clichê por demais.
- O romantismo é um monte de clichê que todo mundo gosta e sempre faz efeito. Ser criativo não serve pro amor. Serve pra muitas outras coisas. Pro amor, não.
- Hmm...
- Que foi?
- Você falando de amor...
- O que que tem?
- Não sei.
- Te incomoda?
- Não. Mas me lembra que tem assuntos entre a gente mal resolvidos.
- Não tô querendo te lembrar de nada.
- Botando culpa no subconsciente? Isso não é nada criativo. Clichezaço!
- Você leva tudo pro lado do mal.
- Você leva tudo pro lado do amor. Sempre.
- Não sei qual é o problema...
- É, nem eu.


O amor é tão arrogante que não aceita virar amizade. [ Fabricio Carpinejar ]

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