eu sei, a noite não foi boa. não sei se era o calor, a música baixa, a cerveja cara... as companhias eram legais. as risadas, abundantes. mas eu não sei, não estava bom. talvez porque houvesse uma distância entre a gente diferente da quinta que era terça e da sexta que sempre foi sexta. era, no entanto, uma segunda estranha, que de tão planejada saiu do nosso controle. é, eu sei, não haviam laços que impedissem seu bel-prazer, muito menos haviam nós que escondesse minha surpresa. e estava claro que muita coisa que se passou entre a gente estava escuro. eu sei que o querer e o fazer são coisas separadas, mas não adianta me puxar no canto para me explicar essa lógica porque eu não vou entender. e nem quero entender porque o céu do rio de janeiro não é o mesmo de onde vim para te dizer as coisas que escondi quando deveria ter dito. e você me disse tanta coisa bonita enquanto estive quieta, que era preciso eu dizer que era mútuo, mesmo agora que não há mais a sua reciprocidade, mesmo agora que você não possui mais ouvidos. eu sei, meu bem, o peso nas suas costas agora é todo meu. em dobro. e sei que deveria desdizer suas proezas, e te injuriar com todo o ardor do meu ego ferido, te mostrar revolta e descaso, menosprezar sua dança ensaiada, derramar no chão a água ofertada. mas não. a noite não foi boa. mas, eu sei, pra você ainda vai melhorar. e à parte de todo o despeito, que melhore.
o carinho é o pior ódio que alguém pode sentir.
"Oh! O homem é tão efêmero que até nos lugares onde ele tem a absoluta certeza de sua existência, onde grava a única marca verdadeira da sua presença na memória e na alma dos seus amigos, aí mesmo se extingue e desaparece... E quão depressa!" [ Goethe ]
Não entendi muito bem, acho que tem um contexto pessoal nessa jogada que não foi dito.
é verdade "minha querida", mas no caso do seu texto, sem o contexto não da pra entender bulhufas.
"o carinho é o pior ódio que alguém pode sentir"
acertou em cheio...