Não existe último

segunda-feira, 28 de setembro de 2009 às 22:13
Eu me escondia nos teus erros. Faziam meus teus tropeços. Me perdia nos abraços que tu te recusavas a dar. E fazia deles meu porto, mesmo estando quase sempre à deriva. Te pedia o limitado e lhe dava o infinito. E quando o infinito conquistado, te dei a reticência dos meus medos. Sei lá, não sei falar de nós que não seja na abstração. Não sei te querer menos mesmo quando estas sem razão. Te prometi a tequila e a entrega, me prometestes o vinho e a música. Do prometido, ficou o profanado. Tua cigana tem razão: não fomos feitos um para o outro. Talvez nem tenhamos sido feito de barros tão opostos. Quem sabe tua estrada distante não tenha sido, desde o início, o sinal do presente? Sei lá, tua poesia já não faz mais sentido pra mim. Acho que estou até me esquecendo do som da tua risada. Apesar de todo dia, ao fechar os olhos, me lembrar da imagem muda do teu rosto. Tuas lágrimas não eram tão salgadas quanto as minhas. E aquele desvelo que me atirei, não foi o mesmo mar que te atiraste. Já estou com sono. E no meu céu claro e estrelado, tu és minha trovoada. Sei lá, não sei se me escondo, não sei se me mostro nua e fraca. Não sei mais. Sei lá.


"Toda taça tem no fundo seu veneno." [ Raduan Nassar ]

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