o amargo

quinta-feira, 16 de setembro de 2010 às 19:11
por que ainda ficas? por que ainda me olhas com estes olhos pedintes? por que tentas buscar explicações pra toda essa coisa ilógica e racional que é o desamor? vai te embora. não voltes, se puder. não ligues, se conseguir. não me procures, lhe peço. e quando me vir passando pela calçada, não sorrias como sempre fazes com qualquer um. quero estar aquém de qualquer simpatia que possas oferecer. tampouco posso oferecer-te nada além do que meu desprezo. e não te espantes com minha aspereza. nem lhe é tão novo, embora pra mim não seja caro. mas esse vômito é tudo que acumulei dias e dias de aversão que contive por carinho a ti. mas até o carinho já se foi. a catarse se faz necessária. se puder entender, entendas. se não puder, partas com muita dor. essa és tu, a que sempre sofre. não compartilho de nada que possas ter lhe causado pesar. tu mal queiras ver o mal que, conscientemente, me trouxeste. não reclamo, contudo. tu nunca tiveste tez de bons ventos. olhe, sigas teu caminho, longe do meu, faças o favor. e escondas tu esse choro dos olhos. não me causa piedade esse amadurecimento de um amor solitário. agora vai-te. vai!


“Cuidado com as ilusões, mocinha, profundas e enganosas feito o mar que é teu elemento.” [ C. F. Abreu ]

1 Responses to o amargo

  1. sempre entro aqui pra ler seus textos...maravilhosos.

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