nunca demora

segunda-feira, 6 de setembro de 2010 às 23:19
a história de amor, nada mais é, que a história do mundo. eu não sei se é o frio das pernas ou o preto dos olhos, não sei se é a nostalgia dos setembros fugidos, muito menos se é a interminência e - por que não? - a impertinência das lembranças tuas que não me desgarram. eu não sei bem... só sei que dona do meu próprio individualismo eu me declaro perdedora. me dividi em você como nunca ousei me dividir com ninguém mais. meu cordão umbilical não se rompeu. me pego ainda pensando no que você irá achar sobre isso ou aquilo, já que você sempre teve opinião pra tudo. já que você sempre quis participar de tudo e medir e desmedir e escarafunchar toda essa minha vida que não te era palpável. lembro-me de como eram as saudades de você que me faziam escrever ilimitadamente, uma poesia até bonita, doce e entregue. mas agora, a saudade continua e aperta e arqueja e incomoda, mas mal consigo compor algumas linhas para agradar minha vaidade. ou a vaidade alheia. e não vou falar de amor. falta, eu sei que falta. quanto tempo faz que o perfume do jardim não nos invade? mas falar de amor, é ferir algum orgulho, que não teu, que não meu, orgulho de alguma coisa que fomos nós, um substantivo uno que talvez nos defina ou que já nos definiu, pois agora tudo já foi. vejo que sobrou tanta coisa amarga e morta. vejo que saudade também é impulso. e corro aqui pra te contar, ferindo orgulhos abstratos, que escrevo sempre pra suprir tua falta. embora preencher qualquer coisa seja sempre uma ilusão.


"Sou o que falho." [ Fabricio Carpinejar ]

1 Responses to nunca demora

  1. Cara, se for o que estou pensando, vc tem que parar de querer achar sempre o mesmo brinquedinho no kinder ovo.

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