antes mesmo de chegar, vejo-te na porta:
com os braços cruzados na altura do peito.
olhos baixos como quem procura nas formigas do chão, um sentido para a espera.
é por ti que venho em madrugada tão alta que já engana: é dia.
e essa luz forte nos olhos, cega tanto quanto esse amor que nada diz.
e te digo que é bom te ver, em tom de mentira, para esconder a vergonha de uma verdade sincera.
tu não te importas. tampouco sorris.
eu tiro os sapatos. as meias. a poeira. jogo no chão o que me pesa as costas.
é o alívio que me traz quando todo esse peso vai embora.
e volta.
mas volto.
voltei pra dizer, mas se bem considero, esse silêncio nos cai melhor.
olho pra ti pedinte.
olhas pra mim recluso.
algum barulho desavisado lembra-te de que espero.
imerso em pensamentos, dizes tu.
não entendo. tu não te esforças em explicar, em agradar, em pôr alguma ou qualquer lógica nas tuas proposições.
é por ti que finjo.
sorrio complacente. digo que entendo. calço os sapatos.
esqueço as meias.
que seja! já estão velhas.
e vou andando na madrugada avessa. de volta.
e tu virás atrás.
não agora.
mas virás.
assim como eu vim. sem prelúdios.
e será assim que seremos: não-sendo.
são nossos paradoxos que nos movem.
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Tanta coisa boa existe nos paradoxos do não-ser....
Não é só coisa lamentável, não! Explique isso pro mundo, moça observadora²!
=)
Oi Larissa estou passeanda por aqui... queria te convidar a conhecer meu trabalho no blog Ecos qdo der em www.ecosdotelecoteco.blogspot.com, no mais tudo bem contigo? Sucesso e paz para voce!!
Olá! Passei para agradecer a participação no Blog!
Se quiser sugerir ou escrever algum post um esteja à vontade!
Equipe CBS