se um dia eu fosse capaz de te perdoar, eu te perdoaria. e te mandaria aquela carta que escrevi e selei, mas que nunca cheguei a enviar, mesmo passando todos os dias em frente à caixa de correio. e te presentearia com aquela surpresa que fez, indubitavelmente, lembrar-me de você. e te compraria muitas outras porque vale sempre a pena te ver sorrir. e você sempre sorria quando eu chegava e tirava da mochila resquícios da minha terra do mar. eu te contaria uma piada que teria aprendido uns dias antes numa mesa de bar só pra... novamente te ver sorrir. e te abraçaria forte e comentaria o tamanho da sua barriga pra... por que não? te ver sorrir mais uma vez. e se não bastasse todos os sorrisos, eu diria eu te amo, que na verdade sempre te amei, e que o que passou foi só insegurança e medo, havia, ah sim, havia sim, era muito amor e era só teu, só pra dessa vez te fazer... chorar. e mesmo que você não chorasse, eu te abraçaria mais uma vez só pra você sentir toda minha dor e toda minha carência naquele abraço que só você entenderia. mas nunca entendeu. e eu te chamaria para tomarmos aquele sorvete delicioso, e rápido, chamaria você correndo, antes que o sol se posse e o calor da sua cidade que recebe mais raios solares fosse embora e o sorvete ficasse sem essência. eu te mostraria no rádio portátil, mp3, mp4, celular, seja lá o que tivesse no momento, aquela música que eu sabia que você iria adorar. e você sempre adorava. e não contente, pediria com toda manha que me cabe, que tocasse ela pra mim. não o dia todo. que tocasse de noitinha. que tocasse de surpresa. que tocasse só pra mim. depois do pedido, te pediria mais, um pouquinho mais e você me prometeria dar. nunca dava. te perdoaria, se pudesse. mas não posso.
"E eu na minha descrença, te devolvo a existência." [ Raduan Nassar ]
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