Verde

domingo, 11 de abril de 2010 às 22:05
Numa noite estranha, com muitas pessoas e pouca luz, a gente se estranhou. Foi estranho como começou e está sendo sobejamente estranho agora que está prestes a terminar. Claro que você não sabe. Eu não te disse que sinto que a gente não dá certo, por mais estranho que isso pareça. Nada no meu corpo, no meu sorriso ou no meu beijo dá a entender que vai acabar. Talvez amanhã. Ou daqui alguns dias. Não sei quando, não sei nem se é preciso. Não sei. Mas vai. E não é minha fatalidade. Estranho, mas sinto como se já soubesse disso antes mesmo de acontecer. Embora tudo o que aconteceu nos mostre que somos dois errantes querendo muito, mas muito acertar em alguma coisa. E de tantos juntarmos os nós, os pontos, as querelas, de tanto acertar em erros que, sem dúvida, já cometemos, o perfeito desandou. E você não sabe. Ainda não. Mas eu vi, tudo se desmanchou e palavra alguma agora, mesmo as muitas que se foram, vai consertar. Talvez seja hora do descanso, não a hora da labuta. Talvez isso de procura seja mero passatempo para quem já encontrou e já perdeu. É estranho demais pensar em coisas para te dizer, essas coisas tolas de despedida, quando você me quer com tanta vontade. E saudade. E esperança. Eu sei que você vai querer me consertar. Eu sei que você vai maldizer meus medos se pondo herói. E, mais uma vez, vou me sentir uma corredora solitária e amarga que destrói castelos de areias deixado há pouco por crianças que foram embora antes do sol. Estranha metáfora. Não sei. Só que é estranho demais essa confusão toda que não tem nome e que parece já ter sido contada. Em alguma história qualquer. Alguma história que eu já vivi.



"Tinha uma coisa muito importante pra dizer. Mas prefiro não dizê-la. Só é sincero aquilo que não se diz. (...) Só o silêncio é sincero". [ Fernando Sabino ]

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