do que é firme

segunda-feira, 25 de junho de 2012 às 00:51
Eu vim aqui para falar do nosso amor. E para tornar tudo mais simples e ingênuo, evitarei metáforas do estilo nosso amor é um jardim ou uma pedra a ser lapidada. Tentarei fugir do caminho óbvio da intensidade, difícil falar de amor sem mensurar, não é mesmo?, e me desviar do tanto, do muito, do demais, do que cresce. Não preciso pesar aquilo que, por si só, não cabe em parâmetros. Muito menos utilizarei de negações românticas como inquebrável, desmedido e inacabável. São só mentiras travestidas de sentimento. E sentimentos, sabemos nós, é transitório por natureza. Não vou fazer uma regressão histórica do nosso amor e apontar o que aqui e ali foi se transformando, nem os caminhos que foram traçados pra que finalmente chegássemos ao ponto final: o então amor. Não sei em que pontos chegamos, se é que chegamos a algum e não sei ao menos se nosso amor é meio, fim, caminho ou bagagem. Vale pouco saber. Deixarei de lado as inevitáveis qualidades e os feéricos defeitos que descrevem sempre uma situação de amor, mas que no fundo não tem nada a ver com amor. Porque amor, na verdade, não é gente, não se parece com gente, não é feito de gente. E não vou me arriscar, contudo, a dizer o que é amor. Não estou aqui pra definir. O senso comum já o faz. Estou aqui só para comprovar aquilo que existe no espaço entre mim e você e invocá-lo sempre: a gente respira o amor.

Eu te amo.



"Podia ser só amizade, paixão, carinho, admiração, respeito, ternura, tesão. Com tantos sentimentos arrumados cuidadosamente na prateleira de cima, tinha de ser justo amor, meu Deus?" ( Caio Fernando Abreu )

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