Peço desculpas, senhores. Pelo estado ébrio. Pelas palavras erradas. E, principalmente, pelo lamento. Mas não posso deixar de fazê-lo. É preciso. Como um cocô. Como uma puxada naquela cutícula protuberante que você sabe - todos sabemos - vai sangrar. Preciso manifestar minha tristeza de me sentir incômodo. Porque quando uma pessoa te critica. Você pensa. Pondera. Refuta. Ou não. Aceita. Pensa em mudar. Tenta mudar. Viu que não consegue. E esquece. Mas quando duas, três, cinco pessoas te criticam. Aí sim. Tem outro nome: é incômodo. Assim como me sinto agora. Um incômodo. A ele que tanto me ama. A ela que tanto devotei. A outra que sempre abracei. E a muitos, que com certeza não sei, mas que já que me desejaram longe.
É só, como disse, um pequeno lamento. De um dia triste e chuvoso. Nada demais. Já me vou.
luz aqui, por favor
quinta-feira, 10 de março de 2011
às
22:51
| Postado por
larissa
Alguma coisa - que não sei o que é - me fez pensar em todos esses rastros que são feitos justamente para serem despercebidos. Rastros estes comumente chamados de defeitos, mas que eu cinicamente chamo de tropeços. Engraçado como a gente tomba, se machuca, mas não percebe a quase-queda, só quem percebe são os outros. São os outros que veem como você foi mesquinho, como você conjuga errado determinado verbo, como você ri engasgando, como você senta corcunda ou como você fala demais na vida dos outros. Essas coisas que a gente faz sem perceber e que faz parte das nossas entranhas. Mas os outros - esse demônio da vida social - é quem nos aponta nossos deslizes deveras humano. E pior: nunca vemos o dedo em riste! Eles, em seu cetro julgador, destrincham nossa personalidade - não sem razão - e sequer nem desconfiamos. Julgamo-nos tão pouco defeituosos! E os que percebem sua qualidade errante, mal sabem como se definir. O que somos de ruim? E me pego pensando - talvez com demasiada frequência - nesses meus tropeços eufemísticos. E, por consequência, me pergunto, consigo mudar? Faz parte da minha limitação humana continuar assim tão falha ou consigo me esquivar de certos caminhos cegos?
O inferno não são os outros. O inferno são os outros e sou eu.
O inferno não são os outros. O inferno são os outros e sou eu.
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